A pandemia de Covid-19 trouxe sequelas não só físicas e econômicas, como também as relacionadas à saúde mental. Ansiedade e depressão são doenças que cresceram muito nesse período e a tendência é que continuem avançando durante os próximos anos.

Para uma boa saúde psicológica, o ser humano precisa, entre outras coisas, de rotina, previsibilidade e convívio social. Ou seja, o oposto do que vivemos com a pandemia.

Sem contar que a tecnologia produz uma enorme carga de estímulo ao cérebro, tanto pelo consumo intensificado de conteúdo quanto pela constante exposição a telas. Juntando isso com o cenário de incertezas que vivemos no período de pandemia, em que o convívio social foi trocado pelo convívio virtual, é fácil notar o crescimento de distúrbios do sono, crises de ansiedade, fobia social e preocupação excessiva.

Por isso, é importante buscar informações e alternativas para uma melhor qualidade de vida, priorizando o bem-estar físico e emocional.

Entendendo as diferenças entre ansiedade, insônia e estresse

• Ansiedade

A ansiedade é uma reação natural diante de situações que podem provocar medo, dúvida ou expectativa.  É um recurso que o corpo humano utiliza para tomar decisões, prevenir riscos e nos ajuda a enfrentar um desafio ou nos adaptarmos a uma nova condição.

É preciso prestar atenção, no entanto, pois esses sentimentos podem se transformar em um distúrbio e afetar a saúde. Os sinais de alerta surgem quando há preocupação excessiva, inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono. Todos fomos pegos de surpresa com a pandemia de Covid-19, que afetou de forma traumática o mundo inteiro e com isso o número de casos registrados de crises de ansiedade triplicou.

Uma pesquisa feita pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul apontou que, durante a pandemia, 80% da população brasileira (que já é a mais ansiosa do mundo) demonstrou ainda mais ansiedade.

• Estresse

Foi necessária uma mudança completa de rotina, isolamento social, privações, além de que tivemos que lidar com todo tipo de perda (financeiras, emocionais, afetivas). Com isso, cresceu os sentimentos de medo, estresse, fobia social e preocupação excessiva.

Uma pesquisa feita pela USP (2020) levantou que o Brasil foi o país que mais apresentou ansiedade e depressão durante a pandemia. Pessoas que nunca tiveram crises de ansiedade e depressão apresentaram sintomas e as que já tinham, apresentaram piora.

• Insônia

Dentre os sintomas mais recorrentes, o principal foi a insônia crônica, o que fez com que os cientistas criassem até um termo em inglês para isso: coronasomnia.

(Coronasomnia: em tradução livre “corona-insônia” ou “covid-insônia”; significa distúrbios do sono associados ao estresse por conta da pandemia de Covid-19).

Pesquisas mostraram que o número de pessoas com insônia aumentou de uma em seis para uma em quatro, e a palavra foi mais pesquisada no Google em 2020 do que em anos anteriores.

Diante disso, a pandemia trouxe consequências desastrosas quanto ao sono e à ansiedade, afetando diretamente nossa saúde e produtividade.

A insônia se caracteriza pela incapacidade de iniciar o sono ou de se manter dormindo adequadamente por um período de seis a oito horas por noite. A ausência de um sono reparador é um dos principais fatores para o declínio da saúde física e mental.

Procurando saídas para lidar com ansiedade e insônia leves

• Fitoterápicos

Os medicamentos fitoterápicos são produtos elaborados exclusivamente com matérias-primas vegetais e têm segurança e eficácia baseadas em evidências clínicas.  Alguns deles são indicados em casos de ansiedade leve ou insônia pontual por apresentarem um efeito sedativo suave.

Mas vale lembrar que é importante conversar com um profissional de saúde habilitado (médico, nutricionista, farmacêutico), que, mediante o diagnóstico, prescreve o que é melhor para cada pessoa em cada situação.

• Passiflora incarnata L.

Passiflora incarnata L. é o nome científico do que conhecemos popularmente como maracujá ou maracujá doce. Sua essência possui componentes ativos que aliviam sintomas de ansiedade, insônia, menopausa e inflamação.

Por isso é um componente muito usado por quem apresenta sintomas leves de ansiedade ou dificuldades para dormir.

Este fitoterápico pode ser consumido em forma de chá, gotas orais (extrato fluido e tintura) ou cápsulas (extrato seco).

Mas atenção: o uso é contraindicado durante a gestação, lactação e para menores de 12 anos, devido à falta de dados adequados que comprovem a segurança nessas situações.

Além de tranquilizar os pensamentos causados pela ansiedade, esse fitoterápico auxilia as noites de sono, gerando mais saúde e bem-estar.

Outros ansiolíticos leves que auxiliam no tratamento da ansiedade e insônia leve são Crataegus oxycanta, Erythrina mulungu e Melissa officinalis.

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